Sem acordo, Rojas move ação contra o Corinthians na Fifa e cobra R$ 40 milhões
Sem acordo, Rojas move ação contra o Corinthians na Fifa e cobra R$ 40 milhões
Jogador entende ter direito a quantia milionária após rescindir contrato; veja os detalhes.
Por Bruno Cassucci — São Paulo
O meia
Matías Rojas moveu ação contra o Corinthians na Fifa cobrando 8 milhões de
dólares a receber do Corinthians, cerca de R$ 40 milhões na cotação atual.
O valor
representa todos os salários, direitos de imagens e outras verbas que constam
no contrato dele, com validade até junho de 2027.
O caso deve
levar alguns meses até ser julgado. Até lá, o Corinthians ainda pode negociar
um acordo extrajudicial com o jogador paraguaio.
Logo após
Rojas pedir a rescisão do contrato, há duas semanas, dirigentes do Corinthians
mantiveram contato com representantes do atleta em busca de uma solução
amigável. As negociações não evoluíram e não houve mais conversas.
Procurado
pela reportagem, o advogado Rafael Botelho, do PVBT Law, escritório que
assessora o atleta juridicamente, disse não terem sido procurados pelo Corinthians
com proposta de acordo.
O ex-camisa
10 do Timão pediu o rompimento unilateral do vínculo dele por justa causa. O
jogador alega que o clube pagou a primeira parcela do acordo feito com ele em
janeiro, mas não quitou a de fevereiro. A dívida é referente a direitos de
imagem de 2023, inicialmente no valor de R$ 5 milhões.
Tal
inadimplência, na visão do atleta, o respalda para pedir o encerramento do
contrato, mediante ao pagamento integral dele. A atitude de Rojas pegou o
Corinthians de surpresa e irritou a cúpula alvinegra, que entende que era
possível resolver a pendência sem o pedido de rescisão.
O ex-camisa
10 corintiano se vê amparado pelo acordo firmado no início deste ano, no qual o
clube reconheceu a dívida com ele. O documento previa o rompimento em caso de
atraso de qualquer parcela.
Ainda em
dezembro, na gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, o paraguaio
notificou formalmente a diretoria sobre os atrasos e as possíveis consequências
da falta de pagamento. A solução acabou ficando para a nova gestão, encabeçada
desde 2 de janeiro por Augusto Melo. Dias depois, um acordo foi fechado.
Em caso de
condenação na Fifa, além de pagar indenização a Rojas, o Corinthians pode
sofrer punições disciplinares. Por ter sido contratado no ano passado, Rojas se
enquadra no que é chamado de “período protegido” da entidade – as
primeiras três temporadas do contrato.
Nesses
casos, como forma de inibir o rompimento unilateral de contrato, a entidade
máxima do futebol prevê a aplicação de sanções desportivas a clubes que
cometerem justa causa para rescisão – entre elas, a falta de pagamento ao
atleta por período superior a dois meses.
Uma das
punições é a aplicação de “transfer ban”, a proibição do registro de novos
jogadores. Em casos de “período protegido”, essa medida é aplicada mesmo se o
clube pagar a dívida.
O fato de
ser réu primário nesse tipo de caso (as condenações recentes na Fifa foram em
disputas contra clubes), joga a favor do Corinthians.