SP terá 1ª reunião de transição de governo após quase 28 anos; aumento salarial de 50% para 1º escalão entrará na pauta
SP terá 1ª reunião de transição de governo após quase 28 anos; aumento salarial de 50% para 1º escalão entrará na pauta
Depois de férias nos EUA, Tarcísio de Freitas (Republicanos) se reunirá com sua equipe nesta quarta (16) para tratar da transição; Reunião com atual governador será na quinta.
Por Rodrigo Rodrigues, g1 SP — São Paulo 16/11/2022 06h28 Atualizado há uma hora
Sendo
governado por um mesmo grupo político desde 1995, o estado de São Paulo inicia
nos próximos dias sua primeira transição de gestão em quase três décadas.
O atual
governador, Rodrigo Garcia (PSDB), e o governador eleito, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), terão a primeira reunião da transição nesta semana, em que
devem iniciar as tratativas para a troca de comando no estado e conversar sobre
assuntos políticos impopulares que já estão na pauta do dia, como o aumento de
50% nos salários do primeiro escalão do governo paulista e a alta de casos e
internações por Covid-19 no estado.
Nesta
quarta, Tarcísio inicia alinhamentos com a equipe. Na quinta (17), segundo a
assessoria do governador eleito, deve ocorrer a primeira reunião oficial da
transição, entre as coordenações.
Rodrigo e
Tarcísio se reunirão com os dois coordenadores da transição já indicados por
eles para gerenciar a passagem de bastão: Marcos Penido e Guilherme Afif
Domingos.
Na ocasião,
Tarcísio também deve anunciar outros nomes técnicos que vão compor a equipe de
transição paulista.
A reunião
acontecerá no Complexo WTC, na Zona Sul de São Paulo, onde serão feitos os
encontros da equipe até a posse, em 1º de janeiro.
Diferentemente
do governo federal, a transição em São Paulo só começa agora porque o
governador eleito tirou alguns dias de descanso com a família nos Estados
Unidos, em virtude da campanha eleitoral em que saiu vitorioso após vencer o
adversário Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
Aumento
salarial de 50%
Em 11 de
novembro, Rodrigo Garcia já havia anunciado que um dos assuntos da reunião
desta quarta (16) será o projeto que está sendo discutido na Alesp que concede
aumento de 50% aos salários do próximo governador, do vice e dos demais
secretários de governo.
O projeto,
segundo Rodrigo, deve onerar em R$ 1,5 bilhão a folha de pagamento do estado,
uma vez que eleva também o teto do funcionalismo público e aumenta os salários
de milhares de servidores públicos.
De acordo
com o atual governador, o estado tem dinheiro em caixa para oferecer este
aumento, mas a decisão política sobre o tema caberá ao futuro governante do
estado, uma vez que o aumento impactará a folha de pagamento de 2023.
“Várias
categorias estão limitadas e tendo um redutor de salário pelo salário do
governador. É um projeto de iniciativa da Assembleia que vai discutir o salário
do governador, dos secretários e de milhares de funcionários que estão
vinculados a esse salário e aí o novo governo precisa dar a opinião do que ele
entende como melhor”, disse Rodrigo.
“Eu vou
dialogar com o governador eleito Tarcísio assim que iniciar a transição e vamos
avaliar qual a decisão do próximo governo”, completou.
Tramitação
acelerada na Alesp
Conforme o
g1 divulgou em 11 de novembro, o projeto de lei 592/2022, que teve a tramitação
acelerada na Alesp, propõe que os salários do futuro governador, do vice dele e
dos secretários de estado sejam reajustados em 50%.
Caso ele
seja aprovado, o salário do próximo governador paulista passará dos atuais R$
23.048,59 para R$ 34.572,89.
O texto é
proposto pelos deputados que formam a Mesa Diretora da Alesp e pelos seguintes
líderes partidários: Gilmaci Santos (Republicanos), Ricardo Madalena (PL),
Márcia Lia (PT), Jorge Caruso (MDB), Delegado Olim (PP) e Analice Fernandes
(PSDB).
Pela
proposta, o salário do vice passa de R$ 21.896,27 para R$ 32.844,41, e o dos
secretários estaduais, de R$ 20.743,72 para R$ 31.115,58.
O projeto
poderá beneficiar também o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), porque o
texto da proposta fala em pagamento retroativo da correção salarial válida a
partir de 1º de janeiro de 2022.
Em coletiva
de imprensa do dia 11 de novembro, no entando, Rodrigo afirmou que vai pedir
mudança na redação do projeto discutido pelos deputados estaduais de forma que
o aumento, se aprovado, seja válido penas para 2023.
“Existia uma
preocupação na Assembleia, como não teve uma lei esse ano que garantisse o
salário, que era necessário ter uma lei. Não é necessário. Então, isso será
corrigido na Assembleia e esse aumento só valerá a partir de janeiro de 2023.
(…) Como é um projeto que impacta o salário de milhares de servidores do
estado ano que vem, nós vamos dialogar com o próximo governador, assim que
começar a transição, semana que vem, para saber a opinião dele sobre isso”,
disse Rodrigo.
Procurado
pela TV Globo, o governador eleito de SP, Tarcísio de Freitas, afirmou em 11 de
novembro, por meio da assessoria de imprensa, que o aumento é uma decisão que
cabe aos deputados da Alesp e que, como futuro governador, acatará o que for
definido pelo Poder Legislativo.