STJ mantém prisão do motorista de Porsche que causou acidente em SP
STJ mantém prisão do motorista de Porsche que causou acidente em SP
Decisão de tribunal paulista é confirmada por unanimidade em Brasília.
Publicado por André Richter – Repórter da Agência Brasil* - Brasília
Por
unanimidade, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta
terça-feira (7) manter a prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho,
o motorista do Porsche que provocou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo
da Silva Viana no dia 31 de março, em São Paulo.
Sastre foi
preso ontem (6) pela Polícia Civil de São Paulo após o desembargador João
Augusto Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), entender que as
medidas cautelares decretadas pela primeira instância contra o acusado, como
proibição de se ausentar da comarca, não se aproximar de parentes das vítimas e
manter os dados pessoais atualizados não são suficientes para o caso.
Sastre
passou por audiência de custódia na tarde de hoje para verificar se foi
cometida alguma ilegalidade no cumprimento de mandado de prisão. Ele deve
seguir para uma penitenciária ainda não informada pela Secretaria de Administração
Penitenciária (SAP).
O condutor
do Porsche se entregou à Justiça na tarde de ontem na 5ª Delegacia Seccional
Leste, no Tatuapé, e passou a noite na 31ª DP, na Vila Carrão, após ficar
foragido por três dias, já que na sexta-feira (3) a Justiça decretou sua prisão
e ele não foi encontrado pela Polícia Civil em sua casa no sábado (4).
Ao negar pedido de habeas corpus protocolado pela defesa, o colegiado seguiu voto proferido pela ministra Daniela Teixeira. Para a ministra, não há ilegalidades na decisão do desembargador, que determinou a prisão. “A prisão preventiva não se dá pelo clamor popular, se dá para garantir a instrução penal”, afirmou.
O
entendimento favorável à manutenção da prisão foi seguido pelos ministros Messod
Azulay Neto e Joel Paciornik.
O acidente
ocorreu na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo. Segundo as
investigações, o carro estava em alta velocidade antes de bater no Renault
Sandero, de Ornaldo.
Fernando
Sastre foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por homicídio
doloso qualificado (pena de 12 a 30 anos de reclusão) e lesão corporal
gravíssima (que pode elevar a pena total em um sexto).
Defesa
Durante o
julgamento, o advogado Eliseu Soares de Camargo defendeu a revogação da prisão
e disse que a medida não é cabível para o caso. A defesa também acusou a
imprensa de “interferir” no
curso do processo.
“A
imprensa o colocou como o maior vilão deste país. No dia [em] que a polícia foi
lá [cumprir o mandado de prisão], ele estava em uma chácara, perto de São
Paulo, para passar o fim de semana com a família, sem infringir nenhuma das cautelares”,
afirmou o advogado.
*Colaborou
Flávia Albuquerque
Edição:
Nádia Franco