‘Supersemana’ no Congresso testa base de Lula em meio a troca em ministério e promessa de cargos
'Supersemana' no Congresso testa base de Lula em meio a troca em ministério e promessa de cargos
04/07/2023 08h42 Atualizado há 2 horas
A
“supersemana” no Congresso Nacional, com um esforço concentrado para
avançar temas da agenda econômica na Câmara, será um teste para a base aliada
de Lula.
Até o fim da
semana, segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados devem
votar o projeto de lei que estabelece regra favorável ao governo em julgamentos
do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf); o novo marco fiscal,
com mudanças feitas pelo Senado; e a reforma tributária.
Para
garantir a aprovação desses temas antes do recesso, o Palácio do Planalto deve
enfim promover a troca da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ, em
migração para o Republicanos), pelo deputado Celso Sabino (União-PA).
Além disso,
o governo deve avançar em negociações para ceder cargos de segundo escalão a
aliados de partidos independentes e até das siglas que hoje são oposição, como
PP, Republicanos e PL.
O governo já
tem contado com votos destas legendas, mas quer avançar ainda mais neste grupo
de partidos.
Além disso,
a ordem é dar protagonismo principalmente ao presidente da Câmara, Arthur
Lira(PP-AL) – que traçou como meta aprovar esses projetos nesta semana ou, no
máximo, na próxima.
A equipe de
Lula acredita que vá terminar o primeiro semestre com uma base um pouco mais
alinhada ao governo, com garantia de votos para seguir aprovando seus projetos
no segundo semestre.
Projeto do Carf
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, conta com a aprovação da volta do voto de minerva
do Carf, o tribunal de pendências tributárias da União, para conseguir recursos
a fim de reduzir o déficit neste ano e zerá-lo no ano que vem.
Em 2023, o
governo espera uma receita extra de R$ 50 bilhões. O contencioso jurídico já
passou de R$ 600 bilhões para R$ 1,3 trilhão.
Marco fiscal
Já no caso
do marco fiscal, o governo Lula acredita na aprovação do texto como saiu do
Senado, inclusive com a mudança que garante um gasto extra de R$ 32 bilhões a
R$ 40 bilhões no próximo para evitar entrar em 2024 com um bloqueio temporário
de gastos já na saída.
A
expectativa está baseada nas negociações com a base aliada de que parte destes
recursos será destinada a emendas parlamentares.
Reforma tributária
Na reforma
tributária, governadores, deputados e senadores de oito estados se reúnem para
discutir a proposta nesta terça-feira (4) à noite em Brasília. Estarão
presentes os governadores Tarcísio Gomes de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ),
Eduardo Leite (RS), Eduardo Riedel (MS), Jorginho Mello (SC), Ratinho Júnior
(PR), Renato Casagrande (ES) e Romeu Zema (MG).
Os governadores apresentam as maiores resistências à proposta. Reclamam de um caixa centralizado de arrecadação, o que deve ser alterado no texto elaborado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e querem ter o poder de definir as alíquotas do IVA estadual.