Taxa média de desemprego em 2023 é a menor desde 2014
Taxa média de desemprego em 2023 é a menor desde 2014
Índice ficou 7,8%, segundo IBGE.
Publicado por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A taxa média
de desocupação em 2023 ficou em 7,8%. Esse resultado anual é o menor desde
2014, quando o indicador marcou 7%. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desemprego
médio do ano passado foi 1,8 ponto percentual (pp) menor que o nível de 2022,
com 9,6%. O resultado confirma tendência já apresentada em 2022 de recuperação
do mercado de trabalho após o impacto da pandemia da covid-19.
O
levantamento revela que a população média ocupada atingiu um recorde, subindo
para 100,7 milhões de pessoas em 2023, com crescimento de 3,8% na comparação
com 2022. Na outra ponta, houve redução de 17,6% no número médio de pessoas desocupadas
entre 2022 e 2023, chegando a 8,5 milhões.
Trajetória
A série
histórica do IBGE começa em 2012, quando a taxa de desocupação média ficou em
7,4%. O menor índice já registrado foi em 2014 (7%). Em 2019, último ano antes
de começar a pandemia, o desemprego era de 11,8%, e chegou a alcançar 14% em
2021, pico da série.
Tipo de contratação
O ano de 2023 terminou com recorde do número de empregados com carteira de trabalho assinada, 37,7 milhões, alta de 5,8% na comparação com o ano anterior.
O contingente
de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também mostrou aumento
(5,9%), chegando a 13,4 milhões de pessoas, configurando o pico da série.
A quantidade
de trabalhadores por conta própria somou 25,6 milhões no ano passado, subindo
0,9% em 12 meses. A taxa anual de informalidade passou de 39,4% para 39,2%
entre 2022 e 2023.
O nível da
ocupação do mercado de trabalho brasileiro – percentual de pessoas ocupadas na
população em idade de trabalhar – foi estimado em 57,6% em 2023. Isso representa
alta de 1,6 ponto percentual na comparação com 2022. O maior nível já apontado
ocorreu em 2013, com 58,3%.
Rendimento
O rendimento
real de 2023 foi estimado pelo IBGE em R$ 2.979, alta de R$ 199 na comparação
com 2022. Esse crescimento de 7,2% supera a inflação oficial acumulada no ano
passado, de 4,62%. O valor se aproxima do maior registrado na série histórica,
R$ 2.989, em 2014.
4º trimestre
Considerando
apenas os dados trimestrais de emprego, que oferecem uma análise mais recente
do comportamento do mercado de trabalho brasileiro, o último trimestre de 2023
teve taxa de desocupação de 7,4%. A população ocupada chegou a 101 milhões.
Para efeito de comparação, no terceiro trimestre, o nível de desemprego foi
7,7%.
O período de
três meses encerrado em dezembro de 2023 apresentou a menor taxa desde o
trimestre encerrado em janeiro de 2015. Observando apenas os trimestres
encerrados em dezembro, o número é o mais baixo desde 2014.
De acordo
com a coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy, os últimos meses do ano
terminaram com mais vagas de trabalho de forma disseminada pela economia.
“Houve
expansão em diversos segmentos. Nos últimos resultados, notávamos um movimento
mais concentrado no setor de serviços. Para este trimestre encerrado em
dezembro, indústria e construção também contribuíram significativamente.”
No
trimestre, o rendimento do trabalhador brasileiro ficou em R$ 3.032, sem
variação significativa na comparação trimestral e aumento de 3,1% no ano.
Setores
Confrontando o terceiro e quarto trimestres de 2023, o grupamento indústria geral cresceu 2,5%, acrescentando 322 mil vagas. A construção teve expansão de 2,7%, o que representou 198 mil novos postos de trabalho. O grupo transporte, armazenagem e correio adicionou 237 mil empregos (+4,3%). O segmento outros serviços apresentou evolução de 5,8% no quantitativo de mão de obra, somando 302 mil vagas. Já os serviços domésticos ocuparam mais 228 mil pessoas (+3,9%).
Apenas o
grupo de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve
redução na comparação (-4,8%), menos 403 mil pessoas.
Caged
Nesta
terça-feira (30) o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que avalia apenas o comportamento
dos postos de trabalho formal, ou seja, com carteira assinada. Em 2023, o
Brasil registrou saldo positivo de 1.483.598 vagas. O salário médio de admissão
foi R$ 2.037,94.
Edição:
Valéria Aguiar