Tebet diz que Orçamento é plausível, após relatório do TCU
Tebet diz que Orçamento é plausível, após relatório do TCU
Tribunal apontou receitas superestimadas na peça orçamentária.
Publicado por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
As projeções
de receita inseridas no Orçamento de 2024 são plausíveis e razoáveis, disse
nesta quinta-feira (19) a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Ela respondeu a um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou
receitas superestimadas e um possível déficit primário de até R$ 55,3 bilhões
neste ano.
“O Ministério
do Planejamento e Orçamento recebe do Ministério da Fazenda as receitas
previstas. Nós checamos, entendemos que era razoável aquilo que foi apresentado
e constou no Orçamento. Então agora é hora, neste ano, de executar o Orçamento
à luz da estimativa que fizemos do crescimento do país e, obviamente,
consequentemente, do crescimento da receita. O Ministério do Orçamento checou,
uma a uma, as receitas apresentadas pelo Ministério da Fazenda e vimos que era
plausível e, portanto, colocamos no orçamento”, disse Tebet, ao chegar ao
Palácio do Planalto.
Aprovado
pelo plenário do TCU nesta quarta-feira (17), o relatório questionou a
metodologia do Poder Executivo para estimar cada uma das receitas. Segundo o
documento, a estimativa de receita primária líquida (arrecadação da União,
menos os repasses a estados e municípios) de 19,2% do Produto Interno Bruto
(PIB, soma dos bens e serviços produzidos) é bastante superior ao observado nos
anos recentes, o que indica que as receitas podem ter sido superestimadas.
Para o TCU,
não há a garantia de que as receitas alcançarão esse nível, mesmo com o
Congresso tendo aprovado as principais medidas para aumentar a arrecadação. “A
metodologia utilizada pelo Poder Executivo para estimar cada uma das novas
receitas não foi apresentada no PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual],
remanescendo dúvidas quanto à real capacidade arrecadatória das inovações
legislativas”, destacou o relatório
Parceria
Segundo a
ministra do Planejamento, o TCU exerce as atividades de fiscalização e de
controle prévio em parceria com o Poder Executivo, fazendo análises teóricas
sobre as contas públicas. Tebet ressaltou que ainda não houve tempo de fazer um
balanço das medidas enviadas e aprovadas pelo Congresso. Ela ressaltou que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode vetar postos do Orçamento, cuja sanção
deve sair na próxima semana.
“Agora é a
hora de fazer um levantamento de todas as medidas que foram aprovadas pelo
Congresso Nacional, enviadas pelo Executivo. Nós sabemos que não foram
aprovadas na inteireza, da forma como nós queríamos, mas isso faz parte da
democracia. Essa é a beleza da democracia. O Congresso tem a liberdade de fazer
as alterações que entende nos projetos de iniciativa do Executivo para fazer um
levantamento uma por uma das medidas, quais são as receitas que nós
efetivamente vamos conseguir levantar”, declarou Tebet.
Déficit zero
Enviado ao
Congresso em 31 de agosto e aprovado em dezembro, o Orçamento de 2024
estabelece a redução a zero do déficit primário neste ano, embora o TCU aponte
a possibilidade de que o déficit primário chegue a R$ 55,3 bilhões em 2024. O déficit
primário representa o resultado das contas do governo sem os juros da dívida
pública.
Para
alcançar esse resultado, o governo, segundo a própria equipe econômica, precisa
de R$ 168 bilhões extras em receitas em 2024. Ao longo do ano passado, o governo
conseguiu a aprovação de diversas medidas, como a retomada do voto de desempate
do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a taxação de
fundos exclusivos e de offshores e a limitação da dedução de ajudas financeiras
de estados no Imposto de Renda das empresas.
Apesar das
aprovações, o Congresso desidratou diversas medidas. Além disso, impôs uma
derrota ao governo ao derrubar o veto à prorrogação da desoneração da folha de
pagamento, o que pode reduzir a arrecadação em R$ 16 bilhões. O governo calcula
perda de outros R$ 16 bilhões com o programa que ajuda o setor de eventos,
afetado pela pandemia de covid-19.
Edição:
Aline Leal