TJ-SP mantém prisões de 6 réus acusados de matar PM Juliane em 2018 em Paraisópolis; um acusado está foragido
TJ-SP mantém prisões de 6 réus acusados de matar PM Juliane em 2018 em Paraisópolis; um acusado está foragido
Tribunal de Justiça aceitou na sexta (3) pedido do Ministério Público para revogar decisão judicial de junho que libertava acusados para responderem em liberdade por sequestro, tortura e assassinato da soldado Juliane dos Santos Duarte entre 2 a 6 de agosto de 2018; Audiência de instrução do caso será em 2023.
Por Kleber Tomaz, g1 SP — São Paulo 06/12/2022 06h00 Atualizado há uma hora
O Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve, na semana passada, as prisões
preventivas de seis réus acusados de sequestrar, torturar e matar a policial
militar Juliane dos Santos Duarte em Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, em
2018. Um outro acusado permanece foragido e ainda é procurado pela polícia.
Eles também respondem por associação criminosa (veja abaixo quem são).
O TJ-SP aceitou na sexta-feira (3) o pedido do Ministério Público (MP) para revogar a decisão de junho do juiz Claudio Juliano Filho, da 1ª Vara do Júri. O magistrado havia determinado a soltura dos acusados após pedido das defesas deles. A alegação era de o réus estavam sofrendo constrangimento ilegal por excesso de prazo, pois presos há bastante tempo sem terem sido julgados pelos crimes.
Mas os
desembargadores do Tribunal de Justiça concordaram com o MP de que os acusados
são perigosos e ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa
que age dentro e fora dos presídios paulistas. Alguns dos réus chegaram a ser
soltos e foram recapturados depois. Um deles foi detido na semana passada
também.
De acordo
com a acusação feita pelo Ministério Público, Juliane foi morta por ordens do
PCC. Ela tinha 27 anos quando desapareceu em Paraisópolis em 2 de agosto de
2018. Seu corpo foi encontrado no dia 6 de agosto daquele ano. Estava baleado
dentro de um carro abandonado no Bairro Campo Grande, na mesma região.
O motivo do
crime seria o fato de a policial militar estar dentro de um bar, na Rua
Melchior Giola, em Paraisópolis. O que incomodou membros da facção que não
queriam a presença de uma agente da PM na comunidade. Juliane estava à paisana
e de folga. Tinha ido de moto comemorar o aniversário do filho de um casal de
amigos que mora na região.
Mesmo assim,
Juliane teria se identificado como soldado da Polícia Militar depois que um
cliente do bar reclamou que seu celular havia sumido. Ela disse que o ajudaria
a localizar o aparelho. Colocou sua arma sobre a mesa e disse que ninguém
sairia do local até o aparelho aparecer. Isso chamou a atenção de criminosos.
Membros do
PCC que estavam no bar ouviram a conversa. Quatro bandidos, todos encapuzados e
armados, abordaram Juliane. Ela ficou desaparecida por quatro dias até que foi
encontrada morta, com dois tiros na virilha e um disparo na cabeça, dentro do
porta-malas de um carro na Rua Cristalino Rolim de Freitas.
A moto dela
foi encontrada depois. Câmera de segurança gravou um dos acusados abandonando o
veículo, e isso ajudou a Polícia Civil a localizar os demais envolvidos no
crime. O caso foi investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de
Proteção à Pessoa (DHPP).
Os seis
acusados que estão presos em unidades prisionais do estado são:
Felipe
Carlos Santos de Macedo (Pururuca) – detido na quinta-feira (1º) pela PM;
Ricardo
Vieira Diniz (Boy) – na Penitenciária de Valparaíso;
Everton
Guimarães Mayer (Tom) – na Penitenciária 2 de Mirandópolis;
Eliane
Cristina Oliveira Figueiredo (Neguinha) – no Cento de Detenção Provisória (CDP)
Feminino de Franco da Rocha;
Everaldo
Severino da Silva Felix (Sem Fronteira) – na Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau;
Felipe
Oliveira da Silva (Tirulipa) – na Penitenciária 1 de Mirandópolis.
O único réu
foragido é:
Luiz
Henrique de Souza Santos (Tufão ou Luizinho).
Audiência
de custódia
A Justiça
marcou para 10 de janeiro de 2023, a partir das 13h30, mais uma audiência de
custódia do caso, no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste. Essa etapa
do processo servirá para ouvir as testemunhas de acusação e de defesa do caso.
Depois ocorrerão os interrogatórios dos réus para que o juiz decida se os
acusados devem ser levados a júri popular.
Procurado, o
MP informou que o promotor Romeu Galiano Zanelli Júnior não iria comentar o
assunto.
Os sete réus
são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe com
utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Eles também
são acusados de cárcere privado e tortura, além de associação criminosa por
pertencerem ao PCC.
O g1 não
conseguiu localizar as defesas dos réus para comentarem o assunto até a última
atualização desta reportagem.