Trabalhadores protestam em fábrica de iPhones na China
Trabalhadores protestam em fábrica de iPhones na China
Foxconn é a maior fornecedora de iPhones, respondendo por 70% dos dispositivos em todo o mundo. A maior parte é produzida na planta de Zhengzhou, na China.
Por Reuters 23/11/2022 11h21 Atualizado há 7 minutos
Centenas de
trabalhadores se juntaram aos protestos na China em fábrica de iPhones da
Foxconn, fornecedora da Apple, com alguns homens quebrando câmeras de
vigilância e janelas, segundo imagens publicadas nas redes sociais.
As raras
cenas de dissidência pública na China marcam uma escalada da agitação na
fábrica na cidade de Zhengzhou, que passou a simbolizar uma acumulação de
frustração com as rígidas regras de Covid-19 do país, bem como o trato
ineficiente da situação pela maior fabricante terceirizada do mundo.
O estopim
para os protestos, que começaram nesta quarta-feira, parecia ser um plano para
atrasar o pagamento de bônus, disseram muitos dos manifestantes em transmissões
ao vivo. Os vídeos não puderam ser imediatamente verificados pela Reuters.
“Paguem-nos!”, cantavam os trabalhadores cercados por pessoas em trajes completos de proteção, alguns carregando cassetetes, de acordo com imagens de um vídeo. Outras imagens mostraram gás lacrimogêneo sendo disparado e barreiras de quarentena sendo derrubadas por trabalhadores.
Alguns
reclamaram que foram forçados a dividir dormitórios com colegas que testaram
positivo para Covid-19.
A Foxconn
disse em comunicado que cumpriu seus contratos de pagamento e que os relatos de
funcionários infectados morando na instalação com novos contratados eram
“falsos”.
“Em
relação a qualquer violência, a empresa continuará a se comunicar com os
funcionários e o governo para evitar que incidentes semelhantes aconteçam
novamente”, acrescentou a empresa.
Uma fonte
familiarizada com a situação em Zhengzhou disse que a produção na fábrica não
foi afetada pela agitação dos trabalhadores.
A Reuters
informou anteriormente que a Foxconn pretendia retomar a produção total na
fábrica de Zhengzhou na segunda metade de novembro.
Embora os
protestos tenham adicionado “incertezas” ao objetivo, a fonte disse
que a empresa ainda está trabalhando para alcançá-lo, acrescentando que
“apenas uma parte” dos novos funcionários participou da manifestação.
Uma segunda
fonte familiarizada com o assunto, no entanto, disse que a Foxconn provavelmente
não atingirá a meta, diante de interrupções provocadas pela agitação,
impactando particularmente novos trabalhadores contratados para preencher a
lacuna na força de trabalho.
O
descontentamento com as rígidas regras de quarentena, a incapacidade da empresa
de conter surtos e as más condições, incluindo escassez de alimentos, fizeram
com que trabalhadores deixassem a instalação desde que a empresa impôs o
chamado sistema de circuito fechado no final de outubro. Nesse sistema, a
equipe vive e trabalha no local.
A Foxconn é
a maior fornecedora de iPhone da Apple, respondendo por 70% dos dispositivos em
todo o mundo. A empresa fabrica a maioria dos celulares na planta de Zhengzhou,
que antes das agitações empregava cerca de 200 mil pessoas, embora tenha outras
unidades menores na Índia e no sul da China.
A Apple não respondeu a pedidos de comentários. O governo de Zhengzhou não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.