Três a cada quatro brasileiros estão otimistas em relação a 2023, aponta pesquisa
Três a cada quatro brasileiros estão otimistas em relação a 2023, aponta pesquisa
Levantamentos feitos pela Febraban indicam que a maioria da população considera que 2022 termina melhor do que começou.
Por g1 — Rio de Janeiro 16/12/2022 06h00 Atualizado há 6 horas
Esperança, alegria e confiança. São estes os principais
sentimentos da maioria dos brasileiros em relação a 2023. Pesquisas realizadas
pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontam que o otimismo em
relação ao próximo ano é compartilhado por três a cada quatro pessoas no país e
que sete a cada dez consideram que 2022 termina melhor do que começou.
Realizadas pelo Observatório Febraban e e pela Radar
Febraban, as duas pesquisas foram realizadas entre os dias 29 de novembro e 5
de dezembro, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País.
“O Observatório Febraban mostra que a esperança é o
principal sentimento em relação ao ano novo, sobretudo entre as mulheres.
Também aponta perspectivas otimistas quanto à queda do desemprego, aumento do
acesso ao crédito e do poder de compra, acompanhadas de uma atitude cautelosa
em relação a taxa de juros e inflação/custo de vida”, apontou o sociólogo e
cientista político Antônio Lavareda, presidente do Conselho Científico do
Ipespe.
Entre os entrevistados, 71% se disseram satisfeitos ou muito
satisfeitos com a vida que vêm levando, enquanto 43% avaliaram que, no âmbito
pessoal, 2022 chega ao fim melhor do que começou.
Para 76% dos ouvidos, as expectativas em relação ao próximo ano são positivas, enquanto 23% têm expectativas negativas. A crença na melhora da vida pessoal e familiar no novo ano é partilhada por 74% da população.
No âmbito econômico, a maioria dos entrevistados avalia que
sua situação financeira já está se recuperando e mais da metade acredita que
estará menos endividada. Quase quatro em cada dez entrevistados consideram que
a recuperação da economia já está em curso e mais da metade deles acredita que
o país estará melhor no próximo ano.
O novo ano chega renovando expectativas favoráveis, com
sentimentos predominantemente positivos em relação à virada de ano (76%). Em
todos os estratos sociodemográficos, a soma de sentimentos positivos em relação
a 2023 passa de 70%, chegando a 85% entre os jovens de 18 a 24 anos e a 79%
entre as mulheres.
Sentimentos negativos em relação a 2023
Os sentimentos negativos não alcançam um quarto das menções
(23%)
Desconfiança: é o mais citado, mas por apenas 8%;
Medo: aparece em segundo lugar, com 7% de menções;
Tristeza: sentimento é citado por 5% do total dos
entrevistados.
Expectativas para a vida pessoal e familiar em 2023
As expectativas também são favoráveis em relação à vida
pessoal e familiar no próximo ano. Entre os entrevistados, 74% creem que sua
vida irá melhorar em 2023. Outros 11% imaginam que não haverá mudanças e 10%,
mais pessimistas, acreditam numa piora.
A tendência também é de otimismo em relação à recuperação da
situação financeira após a pandemia: 60% declaram que ela já está se
recuperando, enquanto 23% vislumbram essa recuperação só depois desse ano.
Poucos (9%) são os que avaliam que sua situação financeira não foi afetada e os
mais pessimistas, que não vislumbram recuperação, somam apenas 3%.
A percepção de que a recuperação das finanças já está em
curso (60%) apresenta oscilações importantes por faixa etária e escolaridade.
Enquanto esse percentual é de 66% entre os de 18 a 24 anos, cai para 53% na
faixa de 45 a 59 anos e 55% entre os que têm 60 anos ou mais.
Finanças: é o primeiro no ranking de aspectos da vida
pessoal com mais chances de melhorar em 2023 (36%);
Saúde física: aparece em segundo lugar (28%) no rol de
possíveis melhorias em 2023;
Saúde mental: fica em terceiro lugar (26%);
Trabalho ou emprego: teve 23% das menções;
Relações interpessoais: são citadas por 16%;
Lazer e entretenimento: tiveram 12% das menções;
Moradia: citada por 10% dos respondentes.
Expectativas sobre o endividamento
A expectativa positiva sobre a recuperação das finanças
pessoais impacta sobre a projeção do endividamento: mais da metade dos
entrevistados (56%) acredita que estará menos endividada em 2023 do que em
2022. Essa percepção é mais comum na faixa de 18 a 24 anos (64%) e menos
frequente entre os que têm 60 anos ou mais (49%). Para 28% dos entrevistados, o
seu nível de endividamento em 2023 permanecerá o mesmo que em 2022.
Expectativas sobre o País em 2023
O otimismo dos brasileiros também predomina em relação ao
país, porém de modo menos expressivo do que em relação à vida pessoal e com
dose de cautela. Mais da metade (55%) acreditam que em 2023 o Brasil vai
melhorar. Na direção contrária, a piora do país é esperada por 26% dos
pesquisados. Para 13% dos respondentes, o país vai permanecer igual.
Prevalece a opinião de que a economia só vai se recuperar a
partir do próximo ano (45%). Pouco mais de um terço opinam que a economia já
está se recuperando (39%). Uma parcela mais pessimista, que não enxerga perspectivas
de recuperação econômica, é constituída por 8% dos respondentes.
Projeções para os primeiros seis meses de 2023
Essas projeções são permeadas por maior cautela. O placar
das expectativas sobre taxa de juros e inflação/custo de vida mostra um empate
entre os que acreditam que ficará como está ou irá melhorar, e aqueles que
vislumbram piora.
Taxas de Juros: 49% creem que vai diminuir (25%) ou
permanecerá igual (24%). Enquanto 48% acreditam que vai aumentar;
Inflação: 53% acham que o custo de vida vai diminuir (29%)
ou ficará no patamar atual (24%). Já 45% declaram que irá aumentar;
• Acesso ao crédito: 72% creem que recursos para pessoas e
empresas vão aumentar (40%) ou ficarão como está (32%). Ao passo que cerca de
um quarto acredita em diminuição (23%);
• Desemprego: 67% acreditam que vai diminuir (39%) ou ficará
o mesmo (28%). Já para 31% o desemprego irá aumentar nos próximos seis meses;
• Poder de compra: 62% apostam no aumento do poder de compra
das pessoas (36%) ou na permanência no nível atual (26%). Enquanto 34% acham
que irá diminuir;
Expectativas sobre o novo governo
Quase metade dos brasileiros (46%) acredita que o Governo
Lula será ótimo/bom e outros 16% imaginam que será regular. Na outra ponta,
pouco menos de um terço (31%) avalia que o novo Governo será ruim/péssimo.
Agenda da população para o próximo governo se sobrepõe, em
várias áreas, à agenda dos principais compromissos abordados na recente
campanha.
Educação: 20%;
Saúde: 17%;
Desemprego: 15%;
Fome e Miséria: 14%;
Inflação e Custo de vida: 13%;
Combate à Corrupção: 10%.
Entraves para o novo Governo
Cerca de um terço dos respondentes (33%) acredita que o
comportamento dos juros, do dólar e da bolsa de valores será o principal
obstáculo a ser enfrentado pelo novo Governo. Já a falta de apoio do Congresso
aparece em segundo lugar, com 16% das menções. Em terceiro lugar (14%) como
entrave que pode prejudicar o bom desempenho do próximo governo aparecem as
manifestações e falta de apoio da população.
Relacionamento entre os demais poderes e outros setores
A expectativa a respeito do relacionamento entre o novo
Governo, os poderes Judiciário (aqui representado pelo STF), o Legislativo
(Congresso) e outros setores, é favorável, com saldos positivos em todos os
itens avaliados. A perspectiva de uma relação ótima/boa é notadamente maior
quanto ao STF (67%) e aos movimentos sociais (59%), caindo para 48% no caso dos
bancos e mercado financeiro; para 40% com o Congresso; e para 37% com os
empresários.
Radar Febraban
A grande maioria dos brasileiros está muito satisfeita ou
satisfeita (71%) com a vida que vem levando. De outro lado, cerca de um quinto
da população (22%) se diz insatisfeita ou muito insatisfeita com a vida. Grande
parte dos entrevistados (43%) avalia que houve melhora na sua vida pessoal e
familiar em 2022 em comparação com 2021, enquanto para 35% a vida continuou
igual. Os que percebem piora constituem a menor parcela, 21%.
Uso de tecnologias ou recursos digitais: 58% avaliam que
houve melhoras em 2022;
Relações com companheiro(a), filhos, familiares e/ou amigos:
49% viram melhoras no ano;
Moradia: 57% disseram que não houve alteração em 2022;
Estudos e Cultura: 50% não sentiram mudanças;
Saúde física: 42% não ocorreram alterações;
Saúde mental: 40% não registram mudanças;
Finanças: 39% afirmam que ficou como estava e 28%
identificaram piora e 32% disseram que melhorou.
Trabalho e emprego: 40% disseram que não houve alteração,
37% afirmam que melhorou e 21% disseram que piorou em comparação a 2021.
Expectativa de consumo
Diante do balanço das finanças em 2022, a expectativa para
as compras de fim de ano é predominantemente pessimista: 46% dos entrevistados
afirmam que irão comprar menos do que no ano passado, apenas 16% esperam
comprar mais, e 35% dizem que manterão o padrão anterior.
Balanço do país em 2022
Colocando-se em perspectiva a evolução do país em 2022 no
cotejo com 2021, a maioria considera que o Brasil melhorou (39%) ou ficou igual
(25%), contra 34% que afirmam ter piorado.
Perguntados sobre em quais áreas o Brasil melhorou em 2022
Emprego e Renda ocupam o topo do ranking – única menção com dois dígitos, 19%.
As demais menções ficam abaixo de 10%, sem destaques. Chama atenção o
contingente de cerca de um terço dos entrevistados (31%) que não cita qualquer
área.
Já na designação das áreas que experimentaram piora em 2022,
quatro menções se destacam com dois dígitos: Saúde com 16%, Inflação e Custo de
Vida (13%), Fome e Pobreza (12%) e Emprego e Renda (12%). As demais citações
ficam abaixo de 10% no total.
Impacto da Inflação
A segunda posição ocupada por Inflação e Custo de vida no
ranking de áreas que pioraram/ tiveram mais problemas em 2022 é reiterada pela
superlativa avaliação (79%) de que os preços dos produtos aumentaram muito ou
aumentaram do começo do ano até o momento. Os itens mais impactados pela
carestia são:
Alimentos e outros produtos de abastecimento doméstico: 68%
das menções (em pergunta de múltiplas respostas);
Combustível: 30%;
Serviços de Saúde ou remédios: 22%;
Juros de cartão de crédito, financiamento ou empréstimo:
11%;
Planos de compra de veículos ou imóveis: 7%;
Pagamento da escola, faculdade ou outros serviços de
educação: 6%.
Avaliação dos Bancos
Entre os brasileiros, a confiança nos bancos (59%)
manteve-se relativamente estável, com oscilação positiva de dois pontos
comparativamente ao levantamento de junho. Com relação às fintechs a confiança
segue padrão semelhante, com oscilação positiva de dois pontos chegando a 57%.
No que concerne às empresas privadas, o percentual de entrevistados que
relataram confiança (50%) mantém-se no patamar observado na rodada de junho,
após ter sofrido queda de 4 pontos percentuais.
A opinião sobre a contribuição positiva do setor bancário
para o país e a população é reforçada. Houve aumento da percepção sobre a
contribuição positiva em todos os aspectos, com variações de 2 a 5 pontos.
Permanece majoritária entre os entrevistados a percepção de
contribuição positiva do setor bancário para o desenvolvimento da economia
(56%), A contribuição para a geração de empregos é considerada positiva por
50%, o que representa um aumento de 4 pontos em relação ao RADAR de junho. A
contribuição positiva para a melhoria da qualidade de vida das pessoas é
reconhecida por 48% dos entrevistados, 3 pontos a mais que no levantamento
anterior.
A opinião sobre a contribuição positiva do setor bancário
para seu negócio ou para sua atividade profissional aumentou 5 pontos, chegando
a 49%. Único item com leve redução na percepção positiva sobre a contribuição
dos bancos, a ajuda para o país, a população e seus clientes enfrentarem a
crise do coronavírus, obtém 49% de menções (eram 50% em junho).
Percepção sobre golpes e tentativas
Embora represente uma minoria, o percentual de entrevistados
que relataram ter sido vítimas de golpe ou tentativa de golpe bancário (30%) se
mantém no nível reportado na última rodada do RADAR, em junho de 2022.
Ressalte-se que o perfil etário das vítimas identificado
nesse levantamento, concentrado entre os que têm 25 a 44 anos (34%), difere de
resultados anteriores em que as principais vítimas tinham idade de 60 anos ou
mais.
Embora permaneça como o tipo de golpe mais comum a clonagem
ou a troca de cartão (48%), o percentual de citação é notadamente menor que em
junho/2022 (64%). Por outro lado, cresce por mais uma rodada seguida a
frequência do golpe em que alguém se passa por conhecido para solicitar
dinheiro no WhatsApp (de 25% em junho para 30% em dezembro).
O golpe da central falsa praticamente manteve o percentual
(24%). Os demais golpes representam 10% ou menos do total. E quem são as
principais vítimas dos golpes?
O golpe da clonagem ou troca de cartões foi mais relatado pelos homens (49%), com renda de mais de 5 SM (56%), com nível de instrução médio (53%) e idade entre 18 e 24 anos (53%).
Sobre o golpe do WhatsApp, em que alguém se passa por um
conhecido e solicita dinheiro, é mencionado sobretudo pelos respondentes com
renda entre 2 e 5 SM (31%), com nível de instrução superior (36%), com idade
entre 25 e 44 anos (34%) e mulheres (31%).
O golpe da central falsa ocorre sobretudo entre pessoas com
60 anos ou mais, (30%), mulheres (26%) e com renda entre 2 e 5 SM (26%).
O golpe do leilão ou loja virtual é mais frequente entre
pessoas com idade de 18 24 anos (12%), com idade de 25 a 44 anos, 45 a 59 anos,
com nível de instrução médio e com renda entre 2 e 5 SM (10%, em todos esses
segmentos).