TSE avança em mais duas ações que pedem inelegibilidade de Bolsonaro
TSE avança em mais duas ações que pedem inelegibilidade de Bolsonaro
Ex-presidente, que já está inelegível por decisão da Corte, é acusado de usar de estrutura pública para ato de campanha. Em outro caso, Bolsonaro, filhos e aliados são acusados de abuso de poder político por ataques ao sistema eleitoral.
Por Márcio Falcão e Fernanda Vivas, TV Globo 14/07/2023 12h19 - Atualizado há uma hora
O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) retomou nesta sexta-feira (14) o andamento de mais
duas ações que pedem a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O
ex-presidente já está inelegível até 2030, por decisão da Corte.
Em uma das
ações, o ministro Benedito Gonçalves, que é o corregedor-geral eleitoral,
rejeitou pedido de produção de provas feito pela defesa de Bolsonaro. Também
determinou que o Ministério Público Eleitoral se manifeste sobre a acusação apresentada
pela federação PT, PCdoB e Partido Verde por uso indevido de estrutura pública
para ato de campanha.
Os partidos
alegam que Bolsonaro usou as dependências do Palácio do Planalto e do Palácio
da Alvorada para anunciar apoios “angariados por sua candidatura na
disputa do segundo turno, desvirtuando, assim, a finalidade daqueles bens, com
o objetivo de alavancar sua candidatura”.
Ao TSE, a
defesa de Bolsonaro alega que não ficou demonstrado uso de bem público para
campanha. Os advogados apresentaram como testemunhas governadores e cantores.
O ministro, no entanto, rejeitou o pedido para tomar depoimentos, sob argumento de que os fatos podem ser esclarecidos com as provas documentais, como os vídeos dos eventos.
“Assim,
diante da prova documental, suficiente para a demonstração dos fatos
articulados na petição inicial (declarações públicas de governadores em apoio a
Jair Messias Bolsonaro, no segundo turno das Eleições 2022, em coletivas
realizadas no Palácio da Alvorada, que contaram inclusive com a ativa
participação das testemunhas acima referidas), conclui-se não haver
controvérsia fática substancial a justificar a abertura da fase
instrutória”, escreveu.
Em outro
processo, Benedito Gonçalves também determinou a abertura de novo prazo para
manifestação de Bolsonaro, e de aliados dele como:
Walter Braga
Netto (PL-RJ), então candidato a vice-presidente
senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
senador
Magno Malta (PL-ES)
deputado
Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
deputada
Carla Zambelli (PL-SP)
deputada Bia
Kicis (PL-DF)
deputado
Nikolas Ferreira (PL-MG)
e deputado
Gustavo Gayer (PL-GO)
Neste caso,
todos são alvo de uma ação por suposta prática de uso indevido dos meios de
comunicação social e abuso de poder político.
A Federação
formada por PT, PCdoB e PV afirma que, desde 2018, houve desvio de finalidade
do exercício dos cargos públicos que ocupavam, já que os investigados “se
empenharam em difundir notícias falsas a respeito do funcionamento da urna
eletrônica e ataques ao STF e ao TSE, com o objetivo de abalar a confiança do
eleitorado e, como decorrência de um estado de espírito formatado por teorias
conspiratórias sobre irreal perseguição ao então presidente da República,
atrair apoiadores e mobilizá-los, levando-os à possível prática de atos
antidemocráticos, até mesmo com emprego de violência”.
Nesta etapa,
as defesas dos investigados vão poder indicar, por exemplo, quais provas querem
produzir, como a tomada de depoimentos.
Inelegível
No mês
passado, o TSE já condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido
dos meios de comunicação por ter reunido embaixadores e ter feito ataques, sem
provas, ao sistema eleitoral.
Com isso, o
ex-presidente ficou inelegível por oito anos, contando a partir de outubro do
ano passado, quando ocorreu o primeiro turno das eleições presidenciais. Ao
todo, Bolsonaro ainda responde a 15 ações no TSE que pedem a sua
inelegibilidade.