Tumulto no Iêmen resulta em pelo menos 85 mortos e 322 feridos
Tumulto no Iêmen resulta em pelo menos 85 mortos e 322 feridos
Centenas de pessoas estavam reunidas em escola para receber doações, que totalizaram 5.000 riais iemenitas (R$ 45) por pessoa, quando confusão começou.
Por France Presse 20/04/2023 06h16 - Atualizado há 3 horas
Pelo menos
85 pessoas morreram e 322 ficaram feridas em um evento de caridade no Iêmen,
disseram autoridades dos rebeldes houthis – que controlam parte do país – à
AFP, nesta quinta-feira (20).
O incidente
ocorreu na região de Bab al-Iêmen. O balanço de vítimas foi confirmado por
autoridades médicas. Centenas de pessoas estavam reunidas em escola para
receber doações, que totalizaram 5.000 riais iemenitas (R$ 45) por pessoa,
quando confusão começou.
“Mulheres
e crianças estão entre os mortos” e cerca de 50 feridos estão em estado
grave, disse a fonte de segurança, que pediu anonimato porque não está
autorizada a falar com a imprensa.
As vítimas
do tumulto – um dos eventos mais mortais em dez anos – foram transportadas para
hospitais próximos, enquanto os organizadores do evento foram presos, informou
o Ministério do Interior em um comunicado de imprensa divulgado pela agência de
notícias dos rebeldes, Saba.
O comunicado
de imprensa não especificou o número de vítimas, contentando-se em anunciar
“dezenas de mortos após uma debandada durante uma distribuição caótica de
somas de dinheiro por alguns comerciantes”.
Esta ação de
caridade ocorre alguns dias antes do feriado de Eid al-Fitr, que marca o fim do
jejum do Ramadã.
Guerra
civil
Nos últimos
8 anos, o Iêmen é cenário de uma guerra civil que destruiu a economia, levou
milhões à fome e já causou mais de 150 mil mortes.
O conflito
começou em 2014, quando os houthis, apoiados pelo Irã, derrubaram o governo da
capital. No ano seguinte, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio
no país — desde então, a disputa é considerada uma guerra por procuração entre
sauditas e iranianos.
Mais de 21
milhões de pessoas, ou dois terços da população, precisam de ajuda e proteção,
de acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
Entre os necessitados, mais de 17 milhões são considerados particularmente
vulneráveis.
Nas últimas semanas, contudo, as negociações de paz têm avançado na região.