Tupi Paulista: em confissão à polícia, esposa dá detalhes de como assassinou o próprio marido a facadas durante briga no quarto do casal
Tupi Paulista: em confissão à polícia, esposa dá detalhes de como assassinou o próprio marido a facadas durante briga no quarto do casal
Segundo a polícia, o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) realizado no corpo da vítima constatou que as lesões, ou seja, os cortes no pescoço e nos pulsos eram incompatíveis com a versão apresentada e sustentada inicialmente pela esposa, que relatava ter havido uma tentativa de feminicídio, em que ela figurava como vítima, seguida de suicídio do comerciante.
Por Carlos Volpi
Nesta quarta-feira,
(13), em depoimento prestado à Polícia Civil, a mulher, de 40 anos, que cumpre prisão temporária como
suspeita de ter assassinado o seu próprio marido, de 41
anos, em Tupi Paulista-SP, confessou o crime e contou detalhes de como o
executou.
O comerciante foi
morto a facadas na madrugada de 12 de fevereiro de 2024, no apartamento em que
o casal residia, em um prédio localizado na região central da cidade.
Segundo a polícia,
o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) realizado no corpo da
vítima constatou que as lesões, ou seja, os cortes no pescoço e nos pulsos eram
incompatíveis com a versão apresentada e sustentada inicialmente pela
esposa, que relatava ter havido uma tentativa
de feminicídio, em que ela figurava como vítima, seguida de suicídio do
comerciante.
Ainda conforme a
Polícia Civil, diante da evidente constatação de inconsistência na versão inicial narrada pela mulher,
corroborada com as investigações de novas diligências, houve uma reviravolta no
caso e a Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão temporária da
suspeita, que foi concedida e cumprida no
último dia 5 de março, no mesmo apartamento em que o crime aconteceu.
A confissão
Nesta quarta-feira
(13), ao ser interrogada formalmente na presença de seu advogado, a mulher
confessou ter assassinado o próprio marido a facadas no quarto do casal.
A mulher afirmou
que na noite do crime, após o casal ter tido uma conversa sobre o
relacionamento do convívio conjugal e com a intenção de separação, houve uma
discussão entre as partes, porém, tal situação foi amenizada e ela deitou-se na
cama e tentou cochilar, quando sentiu uma “ardência” em seu braço esquerdo que
a fez despertar.
Ao acordar, a
mulher percebeu que seu marido estava com uma faca e havia feito um corte nela.
Neste momento, ela teria se assustado e ido até a lateral da cama, onde iniciou
uma discussão com xingamentos. Depois, ambos já estando em pé, seu marido teria
agarrado-a fortemente pelos cabelos e continuado a xingá-la sobre fatos de
cunho familiar.
Neste momento,
segundo o depoimento, a mulher pegou a faca que estava sobre a cama e desferiu
um golpe no pescoço do marido, que estava em suas costas agarrando seus
cabelos. Após o golpe, a vítima não a teria soltado, e a mulher desferiu uma
nova facada atingindo o pulso direito do homem, com o qual ele a segurava,
fazendo-o soltá-la.
Após isso, ambos
caíram no chão, entre a cama e a parede da janela, mas o marido ainda
continuava tentando investir contra ela.
A mulher disse que
entrou em desespero e provocou um ferimento em si mesma, com a intenção de se
matar, mas acabou desistindo daquela ação.
Depois, foi até o
banheiro, pegou seu celular e acionou a Polícia Militar pelo 190, aguardando a
chegada dos policiais ao apartamento para o atendimento da ocorrência.
Ela afirmou que
agiu sozinha e não premeditou o crime.
A prisão
De acordo a Polícia
Civil, a suspeita permanecerá recolhida na carceragem da Cadeia de Tupi
Paulista durante o prazo de 30 dias da prisão temporária.
Na sequência das
investigações, a Polícia Civil pretende realizar o chamado exame de reprodução
simulada dos fatos, que corresponde à reconstituição do crime, com o objetivo
de esclarecer a dinâmica do ocorrido e dirimir eventuais contradições.
A Polícia Civil representará ao Poder Judiciário pela conversão da prisão temporária em prisão preventiva para posterior transferência da mulher a uma penitenciária, onde ela ficará à disposição da Justiça.