Unisa expulsa alunos por atos obscenos durante jogo de volei feminino
Unisa expulsa alunos por atos obscenos durante jogo de volei feminino
Caso ocorreu no final de abril, mas imagens viralizaram recentemente.
Publicado por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil* - Brasília
A
Universidade Santo Amaro (Unisa) expulsou estudantes do curso de medicina
filmados nus, fazendo atos obscenos e tocando em seus genitais durante um jogo
de vôlei que era disputado por mulheres na cidade de São Carlos, no interior de
São Paulo. A instituição não precisou o número de alunos, mas disse que a
punição se aplica aos estudantes “identificados até o momento”.
“Assim que
tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora das
dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a
instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento, ainda nesta
mesma segunda-feira (18), com a expulsão dos alunos identificados até o
momento”.
Segundo nota
da Unisa, o episódio ocorreu entre os dias 28 de abril e 1º de maio no Centro
Universitário São Camilo, durante um campeonato disputado por calouros de
cursos de medicina conhecido como Calomed. Vídeos divulgados na internet
mostram estudantes correndo pelados – alguns simulando masturbação.
De acordo
com o Centro Universitário São Camilo, “os alunos daquela universidade (Unisa),
tendo saído vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo
desnudos pela quadra”, informou o centro. A partida era disputada entre alunas
do curso de medicina da São Camilo contra a equipe feminina da Unisa.
Repercussão
Vídeos e
imagens do caso divulgadas no último fim de semana viralizaram nas redes
sociais, chegando a ser comentada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em
post no X (antigo Twitter).
Ainda ontem,
o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também comentou o
episódio: “repulsivo, indesejável e absurdo”. Dino esclareceu que a
investigação do caso cabe à Polícia Civil. “Essa situação tem o nosso repúdio e
a nossa rejeição. Mas a atuação funcional nesse caso só pode ocorrer se a
polícia estadual eventualmente ficar inerte, pois se trata de um crime entre
particulares. A atribuição funcional a princípio é da Polícia Civil do estado
de São Paulo”, explicou Dino em entrevista coletiva.
O Ministério
das Mulheres também repudiou o episódio. Em postagem nas redes sociais, o
ministério disse que “atitudes como a dos alunos de medicina da Unisa jamais
podem ser normalizadas – elas devem ser combatidas com o rigor da lei”.
“Romper
séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar
atento para todos os tipos de violências de gênero”, escreveu o ministério. “Em
parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça seu
compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a
participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as
universidades sejam espaços seguros, livres de violência”.
A Polícia
Civil de São Paulo já abriu investigação para apurar o episódio e identificar
os envolvidos.
*Colaborou a
repórter de Camila Maciel
Edição:
Denise Griesinger