Vídeo mostra momento em que homem detona explosivos em frente ao STF
Vídeo mostra momento em que homem detona explosivos em frente ao STF
Artefatos foram detonados em um carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados e em frente ao STF, na noite de quarta-feira (13). Homem morto na Praça dos Três Poderes era o dono de veículo com explosivos.
Por Redação g1
Um vídeo de
uma câmera de segurança mostra o momento em que Francisco Wanderley se aproxima
do Supremo Tribunal Federal (STF) com artefatos explosivos na noite desta
quarta-feira (13). Ele morreu após uma série de explosões na Praça dos Três
Poderes. As imagens foram obtidas com exclusividade pela TV Globo.
As imagens mostram o homem se aproximando da estátua da Justiça e jogando algo no monumento. Imediatamente, um segurança da Polícia Judiciária se aproxima e faz uma abordagem. Francisco, então, recua e lança artefatos explosivos em direção ao STF.
Na
sequência, ele acende um novo artefato que explode com ele. Mais agentes do STF
se aproximam e, na sequência, Francisco Wanderley aparece deitado no chão. Ele
morreu em decorrência das explosões.
Segundo o
irmão de Francisco, Rogério Luiz, ele era solteiro, atuava como chaveiro e
tinha dois filhos, de 37 e 38 anos, do primeiro relacionamento.
A Polícia
Militar do Distrito Federal fez uma varredura, na manhã desta quinta-feira
(14), em frente ao STF. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)
desativou artefatos explosivos encontrados ao redor da praça.
Os
militares encontraram:
um relógio
com contagem regressiva no corpo de Francisco Wanderley;
dois
artefatos explosivos no cinto do homem;
um artefato
explosivo próximo ao corpo;
um extintor
de incêndio adaptado para explosão próximo ao corpo.
Além das
explosões em frente ao STF, momentos antes, outras explosões aconteceram em um
carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O carro
está no nome de Francisco, segundo o delegado-geral de Santa Catarina Ulisses
Gabriel.
A Polícia
Federal (PF) instaurou inquérito para apurar as duas explosões. O caso é
investigado como ato terrorista, segundo informou o diretor-geral da
corporação, Andrei Rodrigues.
O homem
tinha residência fixa em Rio do Sul, em Santa Catarina, onde se candidatou a
vereador pelo PL em 2020. De acordo com a PF, ele tinha alugado “há vários
meses” uma casa em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros do local das
explosões. No imóvel, foram achados artefatos explosivos do mesmo tipo usado na
Praça dos Três Poderes.
O que se
sabe sobre o caso:
Por volta
das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o
STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de
artifício e tijolos.
O veículo
tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é
Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições
municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa). Segundo
a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias
atrás.
Cerca de 20
segundos após a explosão do carro no estacionamento, Francisco Wanderley Luiz
morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica
entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
Antes da
explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um
explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos
ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na
nuca.
Em um relato
à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma
mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi
lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança tentou se
aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante
a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram
lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o
último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
No Boletim
de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo
WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes,
“manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio
e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.
O esquadrão
antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de
mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que
morreu.
No momento
do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que
foram suspensas.
A sessão do
STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para
evacuar o prédio. A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do
Exército.
Depois do
episódio, Lula se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e
Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada. O diretor-geral da Polícia Federal
(PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
A PF abriu
inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Testemunhas
relataram que “o barulho foi muito alto” e que viram “o pessoal
correndo”.